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Dicas de Viagem
08 jan 2014, 79 comentários

Hotel ou Hostel??

Se me perguntassem um tempo atrás, eu responderia HOTEL com toda a certeza do mundo. Hotel tem cama com lençóis macios, toalhas felpudas brancas, banheiro dentro do quarto, chuveiro quentinho, tv tela plana, poltroninha pra deixar a bolsa, espelhão de corpo inteiro, kit higiene no banheiro, abajour com luz amarela, cortinas pesadas, quarto escuro, café da manhã na cama se assim desejar… Ai que delícia né? Mas não tem a alegria, a diversidade e a aventura que é se hospedar em um hostel. Nem o preço.

Vou contar minha experiência… Eu nunca tinha ficado em hostel até esta viagem pro Japão. Meu irmão mora aqui, mas em Sapporo, Hokkaido, bem ao norte do país e antes de vir passar uns dias na casa dele queria conhecer Tokyo, claro, e outras cidades perto.

O Japão é absurdamente caro, mas para falar a verdade nem foi o preço o motivo que nos levou a escolher ficar em hostel. Na verdade, não tive escolha kkkk, meu irmão é bem mais novo, mochileiro e gosta de juntar dinheiro. Ele impôs: pode vir, mas vamos ficar em albergues. Eu que amo viajar, topei na hora e além de tudo seria uma experiência nova. Dizer mais sim para as coisas da vida, lembram? Pois é. Outra condição: nada de táxis. Só metrô e ônibus. Uhuuuu, tô me sentindo tão aventureira kkkkk A minha única exigência era que todos tivessem internet grátis, e assim foi.

Bom, assim que cheguei em Tokyo, depois de 2 dias viajando (eita lugar longe esse tal da Japão viu), lá estava meu lil bro me esperando com sua mochila para o começo de nossa aventura. Quase que ele caiu pra trás quando me viu com uma big mala, uma mala de mão e claro, minha mochilinha, afinal sou mochileira agora kkkkkk. Pegamos o metrô e graças a Deus que todas as estações daqui (bom, pelo menos as que usei) tem elevador. Zero problema para carregar minha bagagem.

Chegamos no primeiro hostel, o Palace Japan. Eu não sabia das manhas desse tipo de hospedagem então tudo foi muito novo pra mim. O valor era inacreditável, cerca de 35 dólares por noite. Escolhemos um quarto para duas pessoas, reservado com antecedência.

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Este albergue é super bem indicado pelo Tripadvisor e bem japonesinho. Tinha uma sala com dois computadores ótimos (tudo Apple), uma cozinha que poderíamos usar a qualquer momento, lavanderia, e banheiros separados para homens e mulheres. Lição 1 de hostel: ou você leva uma toalha ou aluga uma lá.  No Palace Japan, era emprestada, de graça mesmo. Nosso quarto era do tamanho de uma cela e logo apelidamos de Bangu 1 kkkk. Era uma beliche e mal tínhamos espaço para deixar as coisas. Minhas coisas, diga-se de passagem. No quarto tinha um locker para cada um, mas nem de brincadeira que minhas malas caberiam lá. Lição 2 de hostel: leve pouca bagagem. Ninguém limpa seu quarto ou arruma sua cama, então se for ficar vários dias é bom – lição 3 de hostel – manter a organização. Nesse lugar ficamos 12 dias! MUITO tempo e daqui sai a lição 4 do hostel: ficar no máximo 5 dias.

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A parte que mais me preocupava era o banheiro, afinal é coletivo né? Mas nesse hostel é tudo muito limpinho. Tem secador de cabelo, shampoo, condicionador e sabonete líquido pro corpo nos chuveiros em embalagens higiênicas. Você vai com suas coisinhas (eu ia com meus cosméticos e com a roupa que ia vestir) e toma banho tranquilamente. Neste albergue especificamente tinha banheiro só para mulheres e outro só para homens. Achei uma bobagem mas no decorrer da viagem acabei dando a devida importância. Lição 5 de hostel, se tiver banheiro separado para meninos e meninas, ganha ponto e minha preferência.

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Ah, no Palace Japan tem TV tela plana no quarto, aquecedor, frigobar e cobertor quentinho. Muito bom, quer for a Tokyo e não quiser gastar muito com hospedagem, pode seguir essa dica. E lição 6 de hostel: que seja bem localizado. Esse estava perto do metrô e supermercado.

Depois fomos para Kanazawa e passamos apenas uma noite no hostel mais simples porém o mais fofo de todos, o Pongyi! Confesso que quando chegamos lá eu pensei mentalmente em matar meu irmão. Gente, uma casinha mega mega simples, toda de madeira, bem japonesinha, com um hall de entrada que não cabia nem minha mala.

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Nesse hostel eu dividi o quarto com mais 3 moças, achei tenso mas era isso o que eu queria, me sentir realmente uma mochileira kkk. Como contei, a casa é tipicamente japonesa então os sapatos ficam na entrada e tudo é bem pequeno. Para tomar banho é no japan style, de chuveirinho e sentada. Tem chá e café a disposição. Apenas dois quartos com 4 camas cada um sendo um misto e um só para meninas. Estavam todas as camas ocupadas por australianos, chineses, japoneses e nós, os chileninhos. No meu quarto tudo correu bem, eram duas beliches e cada cama tinha uma cortininha para dar mais privacidade. Ficou tipo cabaninha de criança rs.

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A roupa de cama limpinha tem que ser devolvida no outro dia e a toalha é alugada, mas coisa de um dólar. Turma boa, animada, de noite ficaram treinando como escrever o nome em japonês. O dono de lá é um querido e ficou um tempão batendo papo com a gente (ele já morou no Brasil, era executivo do banco de Toquio na Av. Paulista, largou tudo e virou monge! Depois desistiu e montou esse pequeno hostel que está entre os 10 melhores lugares para se ficar em Kanazawa).

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Quando fomos embora, às 6 da manhã, a moça que trabalha lá se levantou, fez sopinha pra gente e ainda nos levou de carro pra estação de trem pois estava chovendo. Deu uma mini tristeza, mesmo tendo passado pouco tempo lá. Me senti em casa e rodeada de amigos, uma energia bem boa. Lição 7 de hostel: se puder, divida o quarto com desconhecidos. É ótimo para fazer amizades. Ah e lição 8: respeite os outros e não seja barulhento ou desorganizado.

Chegamos em Kyoto no Bangu III. Esse era Bangu mesmo. O KS House parece uma prisão escolar, mas claro que ao comparar com os outros lugares que tínhamos passado. Eu ainda estava suspirando pela hospitalidade do pessoal do Pongyi e chegar num prédio frio, de vários andares e cheio de gringos foi bem diferente. Este albergue já é mais ¨profissional¨ digamos assim. Muitos muitos gringos e cheguei à conclusão que gosto mais dos hosteis frequentados por asiáticos: são mais silenciosos, educados, organizados e infinitamente mais limpos.

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A vantagem foi o quarto enorme, novamente não dividimos e finalmente tivemos espaço para arrumar as coisas. Problemas: o banheiro. Além de ser shared, o albergue estava cheio. Me acostumei a usar banheiro sempre limpo, o que não aconteceu no KS. Tinha muito gringo porco que deixava tudo molhado e a pia cheia de cabelo. E também mal educados, nada de bom dia. Não curti.

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Parte boa desse hostel: um bar que servia cerveja à noite, bem agitadinho. Além disso, tem café da manhã por 6 dólares o que ajudava muito já que não precisávamos ir pra rua comprar comida. E breakfast bem bom com frutas, iogurte, sucos, pães, ovos mexidos, salsicha, café, chá, cereal, queijo, geléia… monte de coisa. Lição 9 de hostel: se servir café da manhã economiza tempo e dinheiro!

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E o último Bangu, o IV, foi em Osaka, o J Hoppers. Mega bem localizado, numa rua cheia de restaurantes, bares e metrô do lado! Lição… ah, ja dei essa, a da localização. Esse hostel é uma mistura de casa da gente com albergue mesmo. Também tem cozinha a disposição, staff super bem humorado com recadinhos por todos os cantos, convites para sair para beber em turma com os outros hóspedes (Lição 10 de hostel: socializar!), tudo coloridão estilo reggae, porém foi o único lugar onde sofri com a mala, não tinha elevador e ficamos no 3 andar!!! Novamente em quarto só pra nós dois. Lição 11 de hostel: se tiver muita bagagem, pergunte se tem elevador.

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E essa foi minha primeira, e intensa, experiência em hostel! Ontem perdemos o vôo para Sapporo e tivemos que passar a noite num hotel perto do aeroporto. Gente, a cama de um bom hotel não tem comparação, banheiro dentro do quarto também não, tenho que ser sincera.

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Hotel Nikko Kansai, em Osaka, muito bom.

Se você for cheia de frescurinhas ou nojinhos, esqueça ficar em hostel. Não vou generalizar pois fiquei em uns muito bons e limpos, mas pode ser que nem sempre seja assim e não tem jeito, quem tá na chuva é pra se molhar. Mas se for desencanada, quiser aproveitar bem, fazer amizades e economizar dinheiro, hostel é um ÓTIMA! Sobre a segurança não sei se posso opinar muito, pois o Japão é bem seguro e como na maioria das vezes ficamos em quarto só pra duas pessoas, era só trancar a porta e ninguém mexia em nada. Pesquisem bastante antes de escolher em qual ficar e lembrem-se das lições! Ah, e uma dica boa para quem vai ficar muito tempo viajando e pulando de cidade em cidade é alternar hotel com hostel. Dá para descansar bem e se ajeitar no hotel até a próxima aventura!

  • E vocês, tem o costume de ficar em albergues? Deixem aqui suas dicas e lições!
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03 jan 2014, 26 comentários

Um Lugar Lindo: Nikko!

Se estiver em Tokyo e quiser dar uma variada no roteiro e ver algo mais tradicional, não pense duas vezes, vá para Nikko.

Nikko é uma cidadezinha com pouco mais de 60 mil habitantes que fica entre as montanhas de Tochigi. Lá faz muito mais frio que na cidade grande (no inverno né) então é bom ir preparada. Existe uma cachoeira bem famosa na cidade, mas não tivemos tempo de ir pois aqui anoitece muito cedo (cerca de 16 h!) então escolhemos visitar a atração principal do lugar, o santuário de Toshogu (do século XVII). Esse santuário é Patrimônio da Humanidade reconhecido pela UNESCO e é realmente lindo! Cheio de esculturas, corredores naturais e templos, váaaarios templos!

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Ir para Nikko é bem fácil, e só pegar um trem que sai de Shinjuku Station (com uma troca) e demora cerca de 2 horas. Pegamos um passe que vale para dois dias, o 2 days Nikko Pass, custa 2600 yens e vende na Tobu Line. Um passeio bem bacaninha que recomendo ir cedo para aproveitar bem.

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Em quase todo templo que vou vejo esses papéis amarrados nas árvores e ficava sem entender do que se tratava. Num Google rápido, descobri que se chamam Omikuji e são papéis de sorte que você tira de umas gavetinhas nos templos. É tipo um oráculo, tem um monte de gravetinhos dentro de uma caixinha, daí você balança a caixa e pega um graveto com um número, que é o número da gavetinha que tem o papel com sua sorte. Quando é coisa ruim, eles amarram o papel nas árvores e depois são recolhidos e queimados para levar a má sorte embora. Eu caí nessa de tirar minha sorte e só deu m$%& kkkk, amarrei na árvore na hora e pedi pra levar toda zica embora! Eu heim!

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São várias esculturas espalhadas por Nikko

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E o mais interessante, sabem aqueles três macaquinhos que tampam boca, orelhas e olhos?? São de Nikko! Eles estão esculpidos numa porta do templo Toshogu e contam uma história que vai além deles três, são apenas uma cena de um conto. São Mizaru (que cobre os olhos), Kikazaru (cobre as orelhas) e Iwazaru (cobre a boca). E o que significa? See no evil, hear no evil and speak no evil (não ver a maldade, não ouvir a maldade e não falar a maldade). Baita ensinamento! Ah e em alguns lugares ainda existe o quarto macaquinho, que cobre os genitais ou cruza os braços significando não fazer a maldade. #fufucultural

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Eu fiquei tão impressionada em descobrir a origem dessa história que fotografei, filmei e até chorei kkkk. Sério, super me emociono com essas coisas.

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Lá em Nikko são vários caminhos que levam para vários templos… Cada lugar dá uma foto linda!

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E o look do frio!!! Gente, precisa repetir tudo? hahahaha Só para dar uma variada no casaco (que comprei numa loja chamada Liola no Chile), coloquei um cinto dourado da Zara. Usei touca dessa vez e não curti muito… prefiro chapéu!

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  • Para mais informações sobre Nikko e como chegar lá, aconselho buscar informações no www.japan-guide.com. Vale MUITO a pena, podem reservar um dia inteiro!