Futilish

Chora Que Eu Te Escuto!

Teremos casos eternamente? Acho que sim rsrsrs. Vamos lá!

Chora 01 – Bruxa

Oi Cony! Tudo bem? Acompanho seu trabalho há bastante tempo e agora senti a necessidade de buscar opiniões do Chora. Você tem propósito de vida? Do tipo acorda feliz porque vai fazer aquilo que ama, que enxerga crescimento, que não importa chuva ou sol você vai cumprir suas atividades feliz? Isso que estou pensando há alguns meses. Qual o meu, quando as pessoas sabem que encontraram o propósito? Imagino que comecei a pensar nisso por causa da quarentena, pois vi minha rotina ir pro ralo, e justamente eu fazia uma rotina tão cronometrada para não ter tempo a pensar “na vida” (tipo auto sabotagem). Hoje não consigo ficar a toa, descansar, simplesmente largada num canto. Sempre penso que deveria estar fazendo algo, produzindo, buscando algo maior, mais significativo, e ao mês tempo me sinto triste por não conseguir nada disso. Comecei terapia por conta do trabalho (aquela coisa que já passou pelo Chora, chefe autoritária, tudo é pra ontem, se não faz do jeito que ela quer você é lenta e burra, já falou abertamente numa reunião que prefere somente duas pessoas do time, enfim, totalmente sem gestão de pessoas). Me pego pensando em tudo isso, em tudo que não está bem durante o meu hobbie (pedalar) e isso não deveria acontecer, deveria ser o momento de desligar de tudo e curtir a atividade que amo. Enfim, vou levar esse aspecto também pra terapia, mas queria saber, o que fazer pra sair desse mar de tristeza, de que tudo tá mal, desandando, sem reconhecimento, sem suporte, sem o tal do propósito, sem algo pra se apegar e viver a vida e não simplesmente existir?

Menina, não serei boa pra te responder isso porque eu AMO o que faço, sou extremamente feliz com meu trabalho, com o reconhecimento, satisfeita com o que ganho (sempre dá para ganhar mais, melhorar, mas não posso reclamar de nada), tenho a vida que sempre quis ter e não me imagino fazendo outra coisa. Quando percebi isso? Quando larguei um emprego que não me fazia feliz pra me dedicar ao que amava. Claro que no início senti medo, achei que não daria conta de viver de blog, internet e afins mas graças a Deus só cresci e nem me imagino trabalhando no que fazia antigamente, parece que não era eu, ou que estava a espera dessa transição. Acho que o segredo é fazer o que se ama, estar atenta para as oportunidade e não subestimar os sinais… mas sei o quanto isso é difícil em geral, só sei que, se a gente não tiver coragem de se jogar no que realmente preenche e satisfaz, a vida passará e nunca saberemos o que poderia ter sido. O meu problema atual é que trabalho muito, o tempo todo e vivo pensando em coisas novas, meu lazer foi zerado mas não acho ruim… só que é ruim sabe? Eu não acho, mas inconscientemente eu preciso de uma pausa… enfim, também estou na terapia mas para aprender a desacelerar, acho que todos precisamos disso e sim, leve seu questionamento pra terapia, vai te ajudar muito!

Chora 02 – Caveira

O meu chora é com relação às minhas amizades. Eu sou o tipo de pessoa mais introspectiva, demoro a formar amizades verdadeiras. Normalmente, sinto que fico mais na área do coleguismo mesmo. 
Mas mesmo assim, formei um grupo sólido de amigas, ao todo somos em 04 mulheres. A questão é, desde que a pandemia – e consequentemente, a quarentena – começou sinto que elas desapareceram. Às vezes uma simples mensagem leva dias para ser respondida, isso quando é respondida. 

Entendo completamente que todo mundo tem seus afazeres pessoais e não pode viver 100% em prol do outro. Mas, no nosso caso, apenas eu trabalho em tempo integral e mesmo assim tenho tempo para responder, lembrar dos aniversários, comprar presentes e até festa online surpresa eu planejei. Acho que o mínimo de uma amizade é demonstrar carinho.
Todavia, não sinto reciprocidade, sabe? Parece que me esforço sozinha para manter a amizade. Se eu não incentivo encontros (mesmo os via internet), eles simplesmente não acontecem. Inclusive, quase sempre tem uma que desmarca, sem demonstrar interesse em marcar para outro dia.
Recentemente duas das amigas começaram um relacionamento (não entre si), então entendo que também queiram passar tempo com os namorados. Mas já perdi uma amizade muito querida por ela viver 100% em função do namorado, somente me procurando para falar de problemas no relacionamento  e nada mais.
Com esse grupo sinto que as coisas tem seguindo a mesma dinâmica, sempre que elas têm algum problema elas jogam no nosso grupo, mas quando sou eu, elas não respondem ou só dão respostas padrão.
Dei alguns toques, falei que estava achando elas afastadas, mas nada mudou muito. Eu já comecei a me afastar e não estou mais respondendo todas as mensagens como fazia antes, apesar de considerar isso mesquinho.
Fico triste porque, como eu disse, não tenho o costume de ter amizades muito profundas, fora uns 2 outros amigos, minha mãe e meu namorado, sinto que não tenho com quem conversar. Principalmente assuntos de mulher.

Sei que as pessoas precisam aprender a viver sozinhas, mas uma ou  outra amizade não machuca, né? Então queria saber se mais alguém passou por isso nesse período e considerou completamente normal ou se realmente não é algo comum. Será que tem como reparar a situação melhor só seguir em frente?

Acho que todo mundo está meio assim durante a pandemia, inclusive eu sou a amiga que sumiu e mal respondo mensagens. Sério, assumo! Minha rotina mudou tanto, tô tão imersa no meu mundo/casa, cheia dos afazeres domésticos, tenho o marido do lado o tempo todo pra conversar, que sinto que me afastei do mundo real sim. E não é por mal ou por ter acontecido algo interno, acho que é efeito da pandemia mesmo, as pessoas começaram a se saciar mais “internamente”… Continue fazendo o que sempre fez e não cobre tanto os outros, com o tempo você vai ter a resposta sobre suas amizades… Mas não fique achando que foi algo que você fez, que é por sua culpa, ou que tem algo estranho. Geralmente não tem NADA mesmo! E se você já falou que tá sentindo elas afastadas e pouca coisa mudou, fique na sua. Amizade não se força!

Chora 03 – Fantasma

Nunca tive muitas chances no amor enquanto adolescente. Sofri todo tipo de bullying com relação ao peso, a minha raça etc. 
O primeiro cara que me pediu em namoro demorei pra aceitar, porque insistia tanto que não parecia real. Quando aceitei durou pouco. Ele me traiu, na primeira oportunidade e com uma conhecida do nosso grupo de amigos.
Por causa dessa decepção, me enchi de autoestima e coragem e mudei até de país. Quis começar uma vida Nova. Tive vários rolos e toda vez que minha vida amorosa parecia que ia dar certo, acabava…ou era por causa de amigos, ou por ex namorada que aparecia grávida, ou por que afinal ele era casado, teve uma vez que nem houve explicação. Simplesmente acabou o amor.
Passado uns meses da última decepção, conheci um homem. Que em tudo era perfeito pra mim. Na conquista, na vontade de estar juntos, no carinho tudo. Ouvi pela primeira vez um sincero eu te amo. Ficamos noivos. Durou 4 anos. E em 2012 ele morreu. Sofri, fiquei doente e me traumatizou muito. Depois de um tempo resolvi ouvir a voz das pessoas ao meu redor e segui em frente.
Voltei ao zero, rolos sem futuros. E me apaixonei 2 vezes. Esse último terminou comigo no final de semana. Motivo: tudo o que eu fiz por ele, todo o amor que eu dei e demonstro ele interpretou como se eu jogasse na cara dele alguma coisa. Tudo q eu falei ele entendia como indireta. Quando era na brincadeira. E muitas coisas que ele falou p mim e me ofendia eu deixava passar. Ele me colocou pra fora da casa dele no meio da noite. Resultado…estou sofrendo horrores.
Quando o amor é demais? Devemos demonstrar amor? Quem ai gosta desse joguinho de vou deixar ele gostar mais de mim que eu dele? Não é suposto um casal gostar, se respeitar e superar discussões?
To perdida, decepcionada e desesperada. A vida passa tão rápido…só desejo ser feliz e sentir amor de volta, que dure mais tempo de preferência.

Já te adianto uma coisa, se tem joguinho é bem provável que dê problema em algum momento. O amor é leve, é natural, é recíproco, é na mesma intensidade, é tranquilo, não te faz sofrer, não te faz chorar e nem te faz duvidar. Se o “amor” te força a ser algo que você não é, se te força a falar coisas que você não falaria, se te força a sempre ter que se explicar ou pisar em ovos, não é amor. Sinto te dizer, mas muitas vezes a carência nos faz enxergar amor onde ele não existe. O amor também não tem que ser demonstrado o tempo todo pra ser visto, não se mede, não se compara, ele apenas EXISTE! E você vai saber quando o amor é de verdade quando perceber que tem alguem ao seu lado que te aceita exatamente como você é, que te respeita, que te ouve, que te apoia, que não te pressiona, que te admira e ainda é seu parceiro e companheiro. Existe isso? Existe SIM, mas isso acontece naturalmente, não é cobrado nem forçado, é NATURAL. A única coisa que você pode fazer enquanto não encontra isso em outra pessoa, é encontrar o AMOR EM VOCÊ MESMA. Ou seja, se respeite, seja sua melhor parceira, sua maior incentivadora, queira seu bem, se mime muito, se trate como uma princesa. Quando a gente está cheia de amor proprio, ele transborda e quem perceber vai te valorizar e te tratar como você mesma se trata. Fica bem e cuidado com a carência, ela é nossa pior inimiga.

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