Hoje regularmente na quarta feira! O que temos hein?
Chora 01 – Helmann’s
“Olá Cony, estou com um problemão e precisando de ajuda! Vou resumir minha longa história: Tive um namoro muito longo, que virou noivado que virou nada. Terminamos 2 meses antes do grande dia. Ele disse que não ia me fazer feliz. Ok! Vida que segue. Fui ao fundo do poço, pensei que não fosse conseguir, mas consegui dar a volta por cima. Hoje trabalho no que amo, sou independente financeiramente e sei que não morro de amor!
Quase dois anos de solteirice depois, conheci um cara sensacional, e começamos a namorar. As coisas iam evoluindo muito rápido, e em 6 meses ele me pediu em casamento, em 8 já estávamos morando juntos. Tudo muito bom, tudo muito bem, se não fosse pelo fato de ele ter diagnóstico de síndrome do pânico e ansiedade generalizada. Quando começamos, ele quase não tinha episódios de crise, mas de um ano pra cá, elas se tornaram praticamente diárias. Acaba que toda a situação é agravada pelo fato de ele não ter família aqui (ele é de outra cidade), não ter muitos amigos e tudo, tudo, fica nas minhas costas. Desde que estamos juntos não tenho uma noite de sono tranquila, com medo de ele passar mal. Milhares de vezes fomos parar no hospital , eu tendo que sair do trabalho, da academia, de onde quer que eu esteja para socorrê-lo. Semana passada, por uma crise de ciúmes dele, acabamos brigando e eu, que só ia pedir pra isso parar, acabei terminando tudo e saindo de casa. Estou me sentindo exausta física e emocionalmente. Ele pediu pra eu dar outra chance , que ele tem cura, que ele conseguiu visualizar todo o sofrimento que estava me causando, mesmo sem querer. Que ele está em tratamento, tomando a medicação, e que me quer ao lado dele pra comemorar cada vitória dessa vida! Temos uma história linda, eu o amo, mas não sei até quando devo aguentar isso! Será se vai melhorar? A que custo pra mim? Acabei de passar no mestrado, e vou começar uma vida louca entre trabalho e estudo. Decidi que, mesmo se voltarmos, irei ficar na casa dos meus pais, onde tenho estrutura pra poder encarar essa dupla jornada.
Será se isso vai dar certo? Seria como se fôssemos tentar de novo do começo.
Me ajudem!!! Não sei o que fazer.”
Olha, eu geralmente dou o conselho da mulher “egoísta” que é primeiro pensar na gente e depois nos outros mas esse caso é mais complicado. Ele tem uma doença, ele sabe que está doente, está se tratando, sabe que te faz mal e que não é culpa dele. O cara precisa de você sabe? Sei que deve ser pesado, que te deixa agoniada, mas vocês tem uma relação… vocês se amam. Larga ele não, ajude-o a se tratar e se curar. Tem cura sim, mas ela vem com o tempo. Tenha um pouquinho mais de paciência e não lide com isso como uma obrigação mas sim como um apoio a quem você ama.
Chora 02 – Lesieur
“Cony, eu gosto muito do seu blog e vi no Chora uma oportunidade de desabafar.
Sofro há anos com um problema muito sério: a compulsão alimentar.
É um problema que escondo de todos os meus amigos, dos meus familiares e principalmente do meu marido pois tenho muita, muita vergonha que as pessoas saibam que eu não tenho o mínimo controle sobre mim mesma.
Não consigo me lembrar como isso tudo começou, mas o ano de 2015 foi muito difícil. Meu marido perdeu o emprego, minha vó de quem sou muito próxima descobriu um câncer avançado, parecia que tudo estava desmoronando ao meu redor. Acho que, naquele momento, encontrei na comida um porto seguro, um conforto, uma fuga de tudo oq estava acontecendo. Pelo menos era oq eu achava… Hoje eu vejo que era (ainda é) um poço no qual eu só me afundo cada vez mais.
Só pra dar uma base da minha vida para vocês: eu e meu marido somos muito ativos, acordamos cedo para ir para a academia todo dia, nos alimentamos bem e sempre com ajuda de nutricionistas, gastamos bastante dinheiro com suplementos, vitaminas, colágeno, omega 3, fazemos tudo oq vcs podem imaginar para sermos pessoas mais saudáveis. Não é nem uma questão de estética, é por saúde mesmo.
Mas, apesar dessa vida saudável aparentemente perfeita pela frente dos panos, 3 anos convivendo com a compulsão me renderam alguns alertas de saúde e 8kg a mais na balança. E isso me faz MUITO mal.
Sempre fui uma pessoa bonita, magra, com uma auto estima elevada, nunca tive problema nenhum com a minha aparência, sempre fui muito bem resolvida! Agora me sinto totalmente o oposto disso. Não tenho vontade de me arrumar para sair, acho que todas as roupas ficam horríveis em mim, sinto meu rosto redondo como se fosse explodir, me acho feia em todas as fotos. Um horror.
Além dos problemas com a minha aparência, eu me sinto mal comigo mesma internamente! Me sinto impotente, me sinto uma farsa. É como se eu encenasse uma vida exemplar na frente de todo mundo e quando estou sozinha me transformo.
Meu marido que é a pessoa mais companheira e incentivadora do mundo vive me ajudando pois sabe que não estou me sentindo bem e quer que eu volte a me sentir linda! Ele faz tudo oq ele pode, monta planos alimentares, planos de exercícios, tudo oq vcs podem imaginar! Planos que eu realmente sigo quando estamos juntos. Mas agora ele vive frustrado pq eu aparentemente faço tudo certinho e não emagreço nunca! (claro, qdo estou sozinha como oq aparecer pela frente, como seria diferente?!) E isso ME MATA, mesmo. Sinto que ele está realmente frustrado com toda essa insatisfação minha com o meu corpo e que não sabe mais oq fazer pra ajudar.
Para vocês terem uma ideia do tamanho do meu problema, quando bate uma crise forte eu saio de casa para comprar comida, geralmente doces. Muitas vezes acabo voltando pra casa com uma quantidade enorme de coisas que devoro em minutos e, por ser uma quantidade realmente GRANDE, acabo passando até mal de tanto comer. E depois, obviamente, sinto uma culpa horrível a ponto de tentar forçar vômito e etc.
Esconder isso dele acaba comigo. Uma pessoa que está ali, me apoiando, me dando todo o suporte recebe em troca oq? Uma vida de mentiras…me sinto um lixo. Não sei oq fazer para sair dessa situação, juro. Me sinto realmente num fundo de poço, num círculo vicioso que não tem saída.
Alguém sofre ou já sofreu com esse problema? Me dêem uma luz, por favor.
“Oi Cony. Amo seu blog e sou uma leitora antiga e raiz. Adoro esse espaço do Chora, agora eu quero desabafar e contar o que eu estou vivendo no momento, queria ver se tem alguém em uma situação parecida, sentir um abraço virtual…
Tenho dois filhos adolescentes, um de 15 e uma de 12. O problema é com a menina. Eu sempre busquei uma educação um pouco mais rígida para os meus filhos. Sempre quis ter o controle e não queria crianças mimadas e mal educadas. Nunca bati, mas os castigos sempre foram frequentes para corrigir. Sei que crianças e adultos tem defeitos e qualidades, mas no balanço geral achava que tinha feito um bom trabalho.
Duas mães do meu bairro vieram me contar que minha filha roubou uma paleta de maquiagem de uma amiga.. Descobri então que ela roubou brinquedos (peças de lego) de uma outra amiga e maquiagens da mãe dela também (achei corretivo, baton, gloss, base, tudo escondido no quarto dela) ela conhece essas crianças desde sempre, não sei como teve coragem de entrar em suas casas e roubar com a cara tão lavada. Quando uma das mães tentou falar com ela via WhatsApp entrar em contato comigo ela fingiu que era eu escrevendo em seu celular para tentar descobrir o que essa mãe queria.
Depois dessa roubalheira geral e mentiras ela está de castigo. Não pode colocar um pingo de maquiagem na cara até fazer 13 anos (em agosto). Tirei o Whats e qualquer outra mídia do celular dela. Apaguei todos os contatos (tem um motivo para essas redes serem liberadas só para maiores de 13 anos, mas eu achava ela madura o suficiente…. Eu já proibia ela de ver vídeos no Youtube , pois sei que são um grande apelo ao consumismo, mas descobri também que ela assistia a todos os vídeos que queria escondida.
Agora olho pra ela, uma menina doce, meiga, e algo se quebrou, sabe? Eu não consigo ter o mesmo relacionamento de antes. A confiança foi quebrada. E aquele pensamento de sempre…. Onde eu errei. Tiveram diversas situações em que as colegas de escola dela roubaram coisa (quando eram menores, acho que ainda não sabiam do que se tratava) e eu sempre toquei nessa tecla do roubo, que é errado, das punições, consequências, em suma como qualquer outro assunto esse foi tratado e eu achava que estava educando bem.
A adolescência é difícil, esperava muitos problemas mais comuns da idade, mas nunca esse, sabe quando você olha e pensa “que pessoa é essa que eu criei?”cadê o amor no coração?” Ela sempre teve de tudo (muitos brinquedos e muita maquiagem) e mesmo assim não ligou a mínima para os sentimentos dos amigos e foi roubar? Agora ela está totalmente isolada no bairro. Ninguém mais quer brincar com ela e eu não os culpo por isso. Eu fiz ela pedir desculpas a todos que roubou e magooou (devolveu e pagou o que tinha estragado).
Outra dúvida, eu fiquei eternamente grata por essas mães terem vindo me contar todas as besteiras que minha filha havia feito. Eu sei de algumas coisas referentes a filhos dos outros que não contei aos pais, para que miha filha tivesse confiança em mim, pois foi ela que me falou. Por exemplo, tem uma amiga dela que se corta e esconde dos pais. Eu devo contar isso aos pais dela, mesmo que assim quebre a confiança da minha filha, já que ela me contou em segredo? Isso é só um exemplos de alguns outros casos. Até que ponto eu posso fazer isso? Qual o limite?
Muito obrigada, só de desabafar já tirei um peso grande do coração. Eu criei esse email novo hoje porque tive vergonha de vir alguma mensagem no meu email pessoal sobre esse assunto. Tenho muita vergonha de ter falhado.. Mas eu não sou fake, juro. Beijos Cony”
Ah que tristeza 🙁 Imagino como deve estar se sentindo… dei uma mini pesquisada sobre cleptomania infantil e li que esses pequenos roubos não quer dizer que sua filha vai virar uma delinquente. Parece que tem fases que isso acontece e geralmente é por carência de alguma coisa. É feio? É… claro que te entendo mas talvez seja algo muito pontual. Você perguntou a ela o motivo dela ter roubado essas coisas? Ela sente falta de algo? É para chamar a atenção? E é nesse momento que ela mais precisa de seu carinho e amor… Sei zero coisas sobre criação, ainda mais de adolescentes e espero que as leitoras que tenham conhecimento te ajudem mais. Sobre contar às outras mães as coisas que a sua filha te conta, acho que depende da gravidade. O caso da menina que se corta, eu contaria sim! Obvio que numa conversa adulta entre duas mães e que não exponha sua filha. Complicado hein? O que vocês acham meninas?
- Choras fechados! Já já libero novamente.