Sumi por dois dias pois tivemos uma agenda mega apertada nos últimos dias e nem deu pra parar pra postar! Mas anotei tudo e agora voltamos a nossa programação normal sobre a melhor viagem dos últimos tempos: o Deserto do Atacama.
Bom, no terceiro dia acordamos cedo, mas não TÃO cedo e fomos fazer a Quebrada de Ckari. Para esse passeio estávamos na dúvida se íamos nele ou em Cardones, um lugar cheio de cactos, mas pelas fotos que vimos, achamos Ckari mais interessante e optamos por ir lá.
Novamente, a Andrea foi nossa guia e fiquei bem feliz por isso. Este passeio também está incluído na diária do Alto Atacama. Como é bom isso de não ter que se preocupar em ir atrás de agências de turismo para agendar os passeios…. O grupo desta vez era maior e mais diversificado: tinha argentinos, americanos, europeus e nós duas. Ckari é mais um dos lugares onde a tal botinha de trekking é indispensável pois é uma caminhada de quase 3 horas (uns 7 km), desta vez mais plana mas com algumas escaladas. Sim, ESCALADAS! Imagina isso para a pessoa aqui que tem quase 2 anos que não malha nada? Mas ó, tirei de letra. Dei uma tremida nas pernas mas consegui. Por isso acho que alguns passeios do deserto não são para crianças ou para pessoas mais velhas ou com pouca mobilidade. Melhor estar apto para enfrentar as dificuldades da natureza!!! A caminhada em Ckari é um circuito onde você começa em um ponto e termina em outro e a van está esperando para levar de volta ao hotel.
Em alguns pontos do passeios a paisagem parece realmente de mentira, parece cenário de filme, algo meio Game Of Thrones, algo meio Narnia, qualquer coisa menos um ponto comum na Terra. Caminhos coberto de sal, grutas, paredões de pedra, tudo isso num conjunto de tirar o fôlego e deixar os olhos maravilhados. A caminhada é bem tranquila, e é bom (como em todo passeio no deserto) levar água, protetor solar e labial, e uns chocolatinhos para ter energia. Se não fosse as duas escaladas, seria o passeio mais tranquilo de todos. Mas não se assustem, a escalada não é assim mega gigante, é descer alguns metros por um paredão de pedra duas vezes: um mais inclinado, outro menos.
O chão é coberto de sal, alguma pedras bem grandes e cristalizadas parecem quartzo!
Sal gente!!! Parece neve mas é sal mesmo!
Look do dia: legging, botinha e blusa fofinha de frio. Vale a mochila, óculos de sol e algo para prender o cabelo.
Isso ao vivo é branco branco!
Algumas mini caverninhas no caminho…
Final da caminhada! (A camiseta listrada é da minha marca e logo logo vou lançar 🙂 )
Depois voltamos ao hotel almoçamos e nos preparamos para o segundo passeio do dia: Laguna Tebenquiche.
Posso começar a chorar? Foi, em minha opinião, o passeio MAIS LINDO DE TODA A VIAGEM. Eu já estava com um feeling de que lá seria lindo, mas superou enormemente minhas expectativas! Tinha na minha cabeça uma lagoa que refletia as montanhas mas foi muito além disso. Vamos lá…
O guia foi Alexis, um atacamenho de verdade, nascido e criado no deserto. Ele falava pouco inglês e nosso grupo era de gringos e latinos, mas ele se saiu bem. No que dificultava, a gente ajudava a traduzir.
A primeira parada (uma meia hora depois) foi em uma árvore. Sim, uma árvore no meio do deserto. Lá, ele nos contou uma lenda indígena sobre montanhas, vulcões, amor e guerra. Vou tentar reproduzir, não sei se conseguirei rs.
Bom, o Vulcão Licancabur é uma montanha sagrada para os atacamenhos e o nome dele significa “montanha do povo”. Acontece que esse vulcão se apaixonou por Quimal, uma outra montanha (para eles os vulcões são guerreiros e as montanhas são donzelas) porém teve que disputar o amor dela com Jurique, seu irmão (outro vulcão). Licancabur que era maiorzão e fortão, ganhou a disputa, cortou a cabeça de Jurique e a jogou lá na Bolívia (e realmente o vulcão Jurique não tem a ponta). Acontece que o pai de Lincancabur e Jurique, o vulcão Lascar, ficou com raiva dessa disputa dos filhos e como castigo, mandou Quimal, a montanha disputada, para longe deles, para a outra extremidade do Deserto do Atacama. Daí ficaram Licancabur inteiro, Jurique decapitado ao lado dele, o pai, Lascar, um pouco mais afastado vigiando os dois. Quimal, grávida (a montanha parece a silhueta de uma mulher grávida) do outro lado do deserto. Os amantes ficaram tão tristes, choraram tanto, que suas lágrimas criaram o Salar de Atacama. MAS, como no amor sempre se dá um jeito de ficar perto da pessoa amada, uma vez por ano, se não me engano no dia 21 de Junho (no solstício de verão), o sol junta as sombras do Licancabur e Quimal e eles revivem sua paixão. Eita mozãaaaaaao!
Me saí bem?? rss
Logo em seguida paramos numa lagoa que se chama Ojos del Salar. Na verdade são duas lagoas, que refletem o céu e as montanhas e estava LOTADA de turistas. Algo que me entristece muito é a gritaria num lugar desses. Uma confusão que achei nada bonita num lugar tão maravilhoso. Por que a gritaria? Porque as pessoas ficam de um lado da lagoa e gritam pra outra tirar a foto. É bem possível fazer isso sem barulho, mas… Ou estou sendo muito chata?
Ojos del Salar
Bom, o ápice do passeio estava chegando… Chegamos em Tebenquiche e a lagoa toda tem uma trilhazinha ao redor dela. Um caminho mesmo, sinalizados com plaquinhas e delimitado por pedras. Acho que o passeio com maior intervenção humana que vi no deserto mas mesmo assim, o mais lindo. O objetivo era ver o pôr do sol mas nem nos meus sonhos mais lindos eu imaginaria o que iria ver.
Parei em cada mirante para admirar a natureza.
De cara, quase chorei. A lagoa é como um espelho e reflete claramente toda a natureza ao redor. A medida que o sol vai se escondendo, as cores do céu vão mudando e tudo fica surreal. Isso foi o que mais me impressionou. Nunca vi cores tão lindas num céu, e ainda por cima refletindo na Cordilheira dos Andes e essa, por sua vez, na lagoa Tebenquiche. Nenhuma, mas NENHUMA foto faz jus a realidade. É algo que ter que ser visto, vivido e sentido. Chorei copiosamente e olha que pra esse tipo de coisa me comover tem que ser muito único mesmo.
O pôr do sol mais lindo de todos!!!
A medida que o sol vai se escondendo, as montanhas, o céu e a lagoa, ganham tons de azuis, rosas e violetas. Inenarrável!
Fechamos com um coquetel na van, mimo do Alto Atacama, vendo esse pôr do sol mágico e logo voltamos pro hotel. Eu, cheia de uma energia e emoção inexplicáveis.
Cony, que sonho essa viagem de vcs. Amo a Joana e a vibe dela e do futilidades!!
Eu tb sou dessas que chora ao estar em lugares assim. E tb sou dessas q se incomoda com a euforia alheia, rs.
Qd fui para os lençois maranhenses reclamei muito disso, pq bem na hora do por-do-sol tá lá a galera gritando e quebrando o clima. Se somos chatas? Sim, somos, rsrs. Queremos que todos curtam o momento do mesmo jeito q nós. Só nos resta tentar abstrair e viver o lugar. Mas acho q as pessoas euforicas tb são chatas, hehehe
Espetáculo!!
Adorei os posts. Farei a viagem na próxima semana. Ansiosa pelo post sobre o que levar na mala.
Cony faz um post sobre as roupas que você levou, vou pro Atacama sozinha em novembro e por isso quero levar só o necessário e to perdidinha rs! (rindo de nervoso) Bjss
Encantada é pouco para o q estou perante estas fotografias!!! que lugar maravilhosooooooooooooo
Essa viagem é INCRÌVEL!
Teu páis é belíssimo, Cony! Muito amor pelo Chi Chi Chi le le!
Uaau, preciso ir um dia..
Não é chata não, é muita falta de noção ficar gritando num lugar lindo desses (e em qq lugar rs)
bjs
Linha de roupa????
já quero em 3,2,1 !!!!
Lindas fotos, viagem maravilhosa, Cony!! Também sou chata para a euforia do povo sem noção! kkkkkk… estou ansiosa para a linha de roupa, já adicionei o instagram, sai logooooo!! Tô precisando de camiseta listrada! kkkkkk
Ahhh Cony,
tô gostando tanto desse diario. Já vi fotos lindíssimas e ver a sua opnião e fotos tem me animado bastante. Que lugar mais incrível!
P.S.: também fico irritada com “farofeiros” nos pontos turísticos. hahahaha