Quase todo mundo já ouviu falar da importância e impacto que o museu do Inhotim provoca nos visitantes. É o segundo melhor museu da América Latina, e do Brasil, segundo o prêmio Travelers’ Choice do TripAdvisor®.
É um museu tão diferente e relevante quanto à variedade de experiências proporcionadas que a repercussão é internacional e, facilmente, vemos grupos de estrangeiros em visitação.
Claro que, para quem é aqui da região, é mais fácil criar um momento para ir pois, sem dúvidas, a logística é bem mais fácil, uma vez que um dia é pouco para tanta beleza.
Fora as questões relativas ao planejamento de uma viagem, às vezes observo algumas pessoas argumentando que não são tão ligadas a artes, que não são entendedoras, e comentários do tipo.
Em se falando de Inhotim, isto é um mito muito grande. O museu tem sim um acervo e curadoria artística riquíssimos de fato. Entretanto, a verdade é que a maioria de nós que procuramos sempre ir a museus e exposições também não é “crítico de arte” ou detentor de opiniões “corretas” sobre artes.
Claro que podemos até ter alguma noção ou fundamentos, mas o que mais importa em artes, para o grande público que somos, é “ver com o coração”. O legal é se permitir parar e sentir o que aquela tela, escultura ou instalação provoca em nós. Com pré-disposição e sentimentos abertos, muitas vezes conseguimos captar a mensagem implícita que o artista deseja nos passar. E isso é o que importa. Ter na ponta da língua o nome do artista, o movimento a que pertence e sua defesa conceitual é secundário se o objeto artístico conseguir nos comunicar algo. Claro que sarcasmos e má vontade de compreender a obra não contam neste caso.
Pensando desta forma, o Inhotim é simplesmente magnífico para todas as pessoas interessadas em perceber novas possibilidades, novas formas de se expressar no mundo, dar mais plasticidade aos nossos modelos mentais. Não somente pelo acervo mas todo o conjunto: paisagismo, arquitetura, lugar, percursos…
O museu conta com obras de mais de 400 artistas. As obras, que vão desde árvores flutuantes a instalações de proporções gigantescas que envolvem tecnologia de ponta. Dentre os artistas de destaque, nacionais e internacionais, podem-se citar Cildo Meireles, Tunga, Vik Muniz, Hélio Oiticica, Ernesto Neto, Matthew Barney, Doug Aitken, Chris Burden, Yayoi Kusama, Paul McCarthy, Zhang Huan, Marcellvs e Rivane Neuenschwander.
Não pretendo descrever as obras presentes pois acredito que colunas de artes mais especializadas fazem isto de forma mais brilhante.
O motivo deste artigo é incentivar as pessoas a viverem esta experiência, sem autocensura.
Muitos amigos de fora de Belo Horizonte sempre me perguntam sobre uma boa hospedagem para um final de semana nesta visita a Inhotim.
Quem é da região já deve ter ouvido falar muito da Estalagem do Mirante. Mas para aqueles que são de fora, contar um pouquinho da pousada pode ser interessante.
Mesmo aqui pertinho, já estive por lá algumas vezes. É um lugar bem agradável para comemorar um final de semana de aniversário, bodas e até noite de núpcias. (Que foi meu caso… uma surpresinha do recém-marido). Confesso que a pousada em si, não tem tantas opções de atividades a se fazer, nem serviços de quarto. O grande diferencial e barato está no clima de montanhas – quase sempre friozinho que justifica uma lareira deliciosa à noite, no visual maravilhoso e revigorante daquele mar de montanhas. Para curtir esse visual, o pôr-do-sol, e fazer uma pausa, a pousada tem um deck com uma piscina e cascata nas pedras do jardim. Na região há ainda cidades históricas que valem a visita e os famosos vôos de parapente, asa delta e até balões. Para quem, como eu, não se encoraja a decolar, já vale admirar. Isto tudo junto, com um vinho, depois de ter curtido Inhotim? Um passeio para ser lembrando de forma muito especial. Vale uma estadia à altura!
A pousada Estalagem do Mirante fica a, aproximadamente, 35 km do museu, por uma estrada pouco movimentada. Localizada no alto da Serra da Moeda, a 1200 m de altitude, com uma vista única do Vale do Paraopeba.
Por estar implantada em um terreno de topografia de característica montanhosa, há que se considerar um pouco a questão da acessibilidade. Algumas rampas de acesso são sinuosas. Mas nada que o espetáculo visual não compense.
São 16 chalés individuais (distantes entre si), divididos em padrão Luxo, Master, Top Master.
Todos são bem equipados e decorados com bastante conforto e bom gosto. Nos chalés Top Master Asa Delta e Paraglider, em especial, o projeto de arquitetura e design foram bem felizes. Há aquela mistura equilibrada de materiais que adoro… revestimentos em cimento queimado (bem executados), com louças e metais contemporâneos.
Um aspecto que também me chamou a atenção e, nem sempre é lembrado em pousadas, é o projeto de iluminação. A temperatura de cor, focos e efeitos das lâmpadas fazem tooooda diferença na atmosfera do ambiente. Em 90 m2, com um deck próprio, há muito espaço interno que proporciona um conforto especial, com uma boa disposição dos ambientes e do mobiliário. Em um pé-direito duplo, grandes esquadrias integram o paisagismo e a paisagem ao interior do chalé. O layout do banheiro é bem resolvido, equilibrando integração e privacidade. O chalé é muito bem equipado com duas ótimas duchas, duas cubas, água quente também nas torneiras, hidromassagem em um deque de madeira, além de uma televisão legal e home theater, lareira a gás, adega de vinhos e mini bar bem abastecido (inclusive com taças adequadas). Não ficam para trás também a qualidade da cama (king size), enxoval de cama e banho, além do amenities especiais.
Como comentei antes, tudo muito adequado para um momento de comemoração. Nem que seja a comemoração de ter estado em um destino tão especial no mundo, nosso brasileiro Inhotim, aqui tão pertinho! What else?
Foto ilustrativa do balonismo
Denise Aurora, arquiteta especialista em hotéis
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