Futilish

Chora Que Eu Te Escuto!

Falei que esta semana ainda teríamos Choras Choras né?

Caso o1 – Oprah

No finzinho do ano passado, conheci um rapazinho no Tinder. Nossa conversa rendeu pra caramba, e como eu sou meio carentona, logo me apaixonei. Eu era bem correspondida, ele gostava muito de mim sim, ficava óbvio. Nunca nos vimos porque ele mora em outro estado, estuda em período integral e enfim… já sabe. Eu já fui na cidade dele uma vez, mas ele não conseguiu me ver. Tivemos um relacionamento a distância, se é que podemos chamar algo que só se alimenta de whatsapp de relacionamento. Mas foi algo forte. Conversávamos até sobre formar uma famíia juntos.

Mas aí… há dois meses ele pediu o término. Eu protestei, me humilhei, fiz o possível pra ele mudar de ideia mas ele foi irredutível. Disse que não aguentava mais “namorar” a distância. O que eu fiz? Chorei por uns dias, fiquei malzona, mas logo decidi seguir em frente.

Lá fui eu baixar apps de paquera de novo. Logo no primeiro dia já achei um outro rapazinho com papo legal e fiquei conversando bastante com ele. Esse rapaz é da minha cidade. Trocamos whatsapp e dois dias depois marcamos nosso primeiro encontro. O que posso dizer sobre o encontro? Foi muito bom. Foi incrível. Senti tudo o que eu imaginava sentir com o outro rapaz que eu “namorava” a distância, e esse rapazinho novo é muito fofo. Extremamente fofo. Tudo o que eu sempre quis quando me imaginava em um relacionamento. A gente sai pela cidade toda, fazemos muita coisa legal e a amizade com ele bate forte. Tudo tá bem com ele, mas obviamente, eu ainda não deixei de gostar do outro cara 100%. Sentia falta dele e ficava na bad. Mas eu tentava seguir com esse segundo rapazinho, porque eu gostava dele um pouco e ele me faz feliz, sabe?

Masss… Porémm… Entretanto….

Adivinha quem voltou a me chamar dias atrás? O cara do relacionamento a distância. Ele disse que tinha ficado super arrependido, que sentiu muito a minha falta, que talvez vai vir morar na minha cidade daqui um tempo e quer que eu volte com ele e continue tendo um relacionamento a distância por enquanto, até ele vir pra cá definitivamente. 

O que eu fiz? Voltei com ele. Sim, super errado, eu sei. Eu sempre procurei ser certinha e justa e sei que tô errando com isso, porque tem o outro rapaz lá que eu tô me relacionando também. 

E é aí que tá o meu dilema, Cony: estou com os dois rapazes agora e não sei quem eu escolho ficar definitivamente. Sei que estou em uma situação muito errada, mas não consigo pensar direito. Não sei me decidir. Pelo amor de Deus, Cony, me dê uma luz! Eu não consigo conversar com ninguém sobre isso.

Pera pera pera, você está ¨namorando¨ com uma pessoa que NUNCA viu na vida? Trocou um de ¨verdade¨ por um virtual??? É isso mesmo? Tá me parecendo aquele filme Her… Se for isso mesmo, menina, desce daí. Para de voar e sonhar. Primeiro que você tá cheia de suposições e desculpas pro carinha que está apaixonada: ¨Eu era bem correspondida, ele gostava muito de mim sim, ficava óbvio.¨ Falar, até papagaio fala. Se era tão óbvio que ele gostava de você, porque nunca fez um esforço pra te encontrar? ¨Nunca nos vimos porque ele mora em outro estado, estuda em período integral e enfim… já sabe.¨ Já sabe o quê? Só vejo um grande descaso da parte dele. ¨Eu já fui na cidade dele uma vez, mas ele não conseguiu me ver.¨ JURA QUE VOCÊ AINDA ACHA QUE ELE GOSTA DE VOCÊ? ¨Tivemos um relacionamento a distância, se é que podemos chamar algo que só se alimenta de whatsapp de relacionamento. Mas foi algo forte. Conversávamos até sobre formar uma famíia juntos.¨ Sem querer te ofender… mas quanto anos você tem para acreditar que isso era um relacionamento ¨forte? Eu só consigo imaginar o quanto esse cara deve ter rido de você quando te pediu pra ¨voltar¨ e fazer você terminar seu affair real. Sério mesmo, não faça isso. Se ele mudar pra sua cidade, ótimo. Se ele for te ver pelo menos de 15 em 15 dias, uma vez por mês que seja, ok, mas ficar sem se ver, tipo NUNCA, isso não é namoro e muito menos deve ser levado a sério!

 

Caso 02 – Ellen

Namoro há 10 anos e não conheço a família do meu namorado.

Esse ano completamos 10 anos de namoro, nos conhecemos a pelo menos 15 já que antes erámos amigos, sempre fui apaixonada mas nunca havia me declarado por medo de estragar a amizade, até que um dia conversando descobri que ele estava de rolo com uma menina da facul. Nessa hora foi um balde de água fria mas me mantive como amiga confidente e mesmo sofrendo fiquei dando apoio e conselhos até que um dia ele disse que na verdade a menina estava em crise com o namorado e só o estava usando pra fazer ciúmes. Nessa hora ofereci ombro amigo e ficavamos horas e horas no msn (dps da meia noite q era pulso único kkkk) conversando até que um dia na casa de uma amiga em comum começou a pintar um clima e depois de algum tempo e pressão dos amigos começamos a sair.

No início ele mesmo disse que achou muito estranho pois só me via como amiga mesmo,  mas depois começamos a namorar e senti que ele começou a gostar mesmo de mim.  Fomos o primeiro tudo um do outro e ele foi o 1° a dizer que me amava.

Nossa relação é ótima porém tem esse detalhe de não conhecer a família dele. No início também ficava receosa e nem forçava já que ele dizia não gostar de falar de sua intimidade com a família, mas depois de um tempo isso começou a me incomodar pq as pessoas perguntavam se me dava bem com a família dele , se a sogra era legal e eu respondia, não sei pq não os conheço.

Ele conhece toda minha família, já foi em diversos eventos familiares meus mas eu nunca fui nem na casa dele. Quanto aos amigos e colegas de trabalho, conheço todos e já fui em festas e encontros, o problema mesmo é em relação a família

Daí eu penso e se um dia acontecer alguma coisa como me apresento? Como amiga ou o quê?

Não temos idéia de casar mas já conversamos sobre morar juntos. Minha mãe já tem uma idade bem avançada e problemas visuais e como meus irmãos moram fora do país acabei ficando responsável por ela, acho que não conseguiria deixá-la só. Também já deixei claro que não tenho pretensão de ter filhos e ele concorda mas não sei se isso também infui no fato dele não me apresentar a familia. Na verdade ele é bem fechado e acho que não é de ficar conversando muito. Daí não sei se ele acha que a familia iria ficar questionando e ele prefere ficar sem dar satisfação da vida, sei lá.  Somos de famílias orientais, então talvez a família dele seja mais rígida mas como também sou descendente mesmo que de províncias diferentes não sei se isso influiria, apesar de ter amigas que até hoje nunca apresentaram namorados para família pq os pais não aceitariam um relacionamento com um não descendente.

Tenho amigas que acham  ótima minha relação pq nao precisam fazer a social nos eventos familiares, bajular a sogra mas não sei…natal e ano novo nunca passamos juntos devido a isso. Será que devo ficar encanada ou continuar como está e deixar a vida levar?

Gente, que loucura isso! Tenho que confessar que achei muito esquisito sim. Até entendo se for um fator cultural, de tradição, mas acho que em 10 anos de namoro ele já deveria ter te falado o motivo de não te apresentar à família dele. Você já perguntou isso pra ele? A gente não pode ficar no ¨achismo¨, se tem algo estranho, pergunte mesmo!!! E outra coisa, você já deu uma fuçada nas redes sociais da família? Existem irmãos, primos, tios???? Eu fiquei muito curiosa para saber o porque disso! Nem na casa dele você nunca foi em 10 anos! Mas acho que só vamos descobrir se você abrir o jogo e colocar sua situação, que é bem válida e merecedora de satisfação sim! Pergunte, diga que gostaria de conhecer os sogros e que a família dele é sua família também! Depois volta pra contar pra gente?

 

 

Caso 03 – Chelsea

Oi Cony! Aprecio muito seu blog! Parabéns pela forma como você conduz esse trabalho e pelo tratamento às suas leitoras, sendo, ao mesmo tempo, amável e realista, quando é necessário. Meu chora é um misto de desabafo e alerta para outras pessoas que sofrem do mesmo mal que eu. Descobrir a MISOFONIA (ou Síndrome de Sensibilidade Seletiva do Som) foi um alívio, pois representava ao menos um nome para tudo que venho passando há quase 25 anos! Por outro lado, é desestimulante porque ainda é algo que não tem estudos aprofundados e que alguns médicos nem sabe do que se trata, a exemplo do meu psiquiatra. Há muito custo, no ano passado, perdi a vergonha e medo de ser julgada erroneamente, e falei sobre a angústia, aflição e mesmo ira que alguns sons do cotidiano (no meu caso a mastigação, principalmente) provocam em mim; e ele desconversou. Isso mesmo, o que para algumas pessoas são barulhos “imperceptíveis”, no meu caso funcionam como uma verdadeira tortura. Hoje, tenho 37 anos, mas lembro que aos 13 anos os sintomas apareceram da pior forma possível… Passei a evitar comer junto do meu pai, a pessoa que mais admirava, me afastando sem nem entender o porquê, e fazendo-o sofrer com esse distanciamento e sinais de irritação, pois também não sabia explicar a ele o que estava acontecendo… Só não sei se é pior do que o julgamento das pessoas, que acham isso uma frescura ou chatice de quem quer controlar a educação alheia. Mas, sério, o momento da refeição que para muitos servem para confraternizar, relaxar ou interagir, para mim funciona como um martírio: se é em lugar público, escolho minunciosamente um lugar afastado ou próximo a pessoas que não estejam comendo; se é em casa, como rapidamente ou invento uma desculpa para fazer a refeição sozinha. No dia-a-dia, costumo usar fones e escutar músicas em volume alto para camuflar os sons desagradáveis, principalmente em transportes públicos; e essa é a única saída que uso, até mesmo no trabalho. Sei que isso pode acarretar um outro problema de saúde sem contar as questões de relacionamento, mas, o drama não acaba aí… Com o passar do tempo, além do barulho da mastigação outros sons estão ingressando nesse rol… É algo INCONTROLÁVEL… A vontade que dá é de voar no pescoço de quem está fazendo o ruído ou implorar misericordiosamente que pare de mastigar daquele jeito. Claro que não faço nem uma coisa nem outra; acabo lançando, institivamente, um olhar fulminante que não resolve nada, ao contrário, só passa uma imagem de arrogância. Meu esposo é bastante compreensível comigo, mas tem momentos que se aborrece quando temos que trocar de lugar várias vezes, durante uma refeição. Por favor, peço às leitoras que, por acaso, achem absurda, exagerada ou coisa pior desse Chora, que pesquisem sobre a MISOFONIA na internet. E para quem sofre desse mal ou conhece alguém nessa situação que compartilhe uma solução ou alternativa. Conheci através da internet um Centro Médico especializado em São Paulo; estou me organizando para realizar uma consulta lá. Mas, sinceramente, sem querer ser pessimista (mas já sendo!), acho que vai servir apenas como um paliativo…
LINK DA MATÉRIA DO FANTÁSTICO, ATRAVÉS DA QUAL DESCOBRIR A MISOFONIA (quando assistir a essa matéria, literalmente gritei “Tá vendo que eu não sou louca!!!!!”)

 

Gente, eu sou TÃO grata por aprender TANTO com vocês! Semana passada aprendi um pouco sobre vaginismo, agora sobre misofonia, coisas que até então eu nem sabia que existiam! E o melhor é a troca de experiências nos comentários e a informação sendo divulgada! Chelsea, obrigada por dividir com a gente o seu caso, ele é muito valioso!

 

 

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