O primeiro dia (contei AQUI) foi intenso e bem aproveitado. Fizemos o city tour, conhecemos um pouco de Cusco e jantamos no tão indicado Chicha de Gaston Acurio.
Fomos dormir cansados e com o despertador para as 6 da manhã, já que às 8 sairia nosso tour para o Valle Sagrado. Fizemos o check out no hotel, pois decidimos passar a noite aos pés de Machu Picchu, em Águas Calientes e na volta a Cusco ficariamos em outro hotel pois no Best Western não tinha vaga para a data.
Vamos por partes: para ir para Machu Picchu você pode ir pelo dia ou então ir uma noite antes, ficar em Águas Calientes e subir a montanha bem cedo. O amanhecer é maravilhoso e não queríamos perder essa chance.
Mas como que faz para ir de Cusco a Machu Picchu? De trem, e não é barato. Aliás, é a parte mais cara da viagem.
Existem duas empresas de trem que te levam para a Águas Calientes, a Peru Rail e a Inka Rail. Fomos de Peru Rail que aparentemente é a mais conhecida. Compramos as passagens ainda no Brasil, acredito que é melhor já ir com a passagem pronta pois como é a única forma de chegar à Águas e tem MUITO turista, é bom garantir o quanto antes. Compramos no site e vimos que tem algumas diferenças de vagoes: o Expedition, o Vistadome e o Hiran Bingham. A diferença entre o Expedition e o Vistadome é quase nenhuma. Janelas maiores no Vistadome, um lanche mais caprichado e poltronas melhores mas nada assim super WOW! O que vai ditar qual dos dois escolher será o horário, já que os valores variam conforme a hora de saída. Então o que for mais barato, melhor. Nos fomos de Expedition e adoramos! O Hiran Bingham é o mais caro e é cheio das firulas. Acho que não vale a pena.
Expedition
Fomos pelo preço e pelo horário pois como faríamos Valle Sagrado e ficaríamos em Ollantaytambo, escolhemos o trem de 19 h para Águas e a volta as 16:22. Em Águas não tem muito o que fazer e como iriamos para Machu Picchu cedinho, achamos que esses horários estariam ok, e estavam.
Quem quiser sair de Cusco para Machu Picchu pelo dia, deve ir para a estação de trem mais perto já que NÃO TEM ESTAÇÃO EM CUSCO. Tem em Poroy que é a cidade mais perto mas estava fechada na época que fomos. Li em alguns blogs que muitas pessoas escolhem fazer o passeio pelo Valle Sagrado e ficam na última cidade, Ollantaytambo que tem estação de trem saindo para Águas. Entao nosso roteiro ficou assim: Passeio por Valle Sagrado, ficar em Ollanta, pegar o trem às 19 e chegar em Águas por volta de 21h. Foi perfeito, bem calculado, sem pressa e deu para fazer tudo o que queríamos. Ah, sobre os valores do trem… como falei, foi a parte mais cara da viagem. Deu cerca de 150 dólares a ida e a volta.
Dá para ir pelo dia para Machu Picchu, saindo de Cusco? Dá, mas tem que ir BEM cedo. O caminho é mais ou menos o mesmo: escolher a estação de trem mais perto (para ir é só combinar com um taxista, são bem baratos), pegar o trem, descer em Águas, pegar o ônibus para Machu, depois fazer o caminho de volta. Não tem como chegar em Águas de carro, onibus ou outra coisa, apenas de trem. ALIÁS, tem como ir sim, a pé, numa caminhada de uma hora e meia a partir de uma cidadezinha lá, mas acho que não é nosso caso né?
Voltemos para o nosso Segundo dia. Fizemos o check out no hotel e deixamos as malas lá. É super comum deixar as malas nos hotéis em Cusco, todo mundo que vai para Machu Picchu e fica uma noite em Águas faz isso. Levamos apenas o necessário.
O ônibus do tour para Valle Sagrado (aquele que contratamos com a Amadeus) estava nos esperando na esquina do hotel. Digamos que não é um onibus muito bonito ou muito confortável, mas deu para o gasto. O guia desta vez era super simpatico, calmo, falava pausadamente e bem prestativo. O caminho pelo Valle Sagrado é maravilhoso e tem paradas durante o percurso para fotos.
É bom ir com dinheiro local pois a primeira parada é uma feirinha que tem coisas lindas. Aceitam dólares mas se perde muito na conversão então não se esqueçam de ir com a carteira cheia de soles (Sol Peruano é o nome da moeda do Peru).
A segunda parada foi Pisaq que fica cerca de 30 km de Cusco. É um dos centros arqueológicos mais importantes do Valle Sagrado! Posso falar? Achei o tempo da visita muito curto. Não deu para ir aos lugares mais bacanas, apenas olhar de longe e tudo cronometrado. Depois da explicação, o guia nos deu cerca de 40 minutos para conhecer o lugar e convenhamos que num lugar enorme daqueles não dá para fazer nada correndo. Fora que eles (os guias) assustam muito a gente, falam que se demorar mais de 5 minutos o ônibus vai embora e quem ficar pra traás pode pegar um táxi pra voltar. Sei que é a forma de organizar tudo e manter os horários mas é bem terrorismo. No final de cada passeio eu sempre ficava tensa e saia correndo com medo de perder o ônibus.
Depois paramos na cidade de Pisaq, no centro colonial, para conhecer um mercado e uma loja de peças em prata. Tinha coisas bem bonitas e nem achei tão caro. Mas o que mais curti foi o carnaval que estava acontecendo lá. Me senti no meio de um filme de tão surreal o que vi. Aquela musica andina, as pessoas caracterizadas, crianças correndo para todos os lados jogando bombas de água e atirando espuma nas pessoas, o mercado com a gritaria, cachorro na rua, uma loucura!
Um dos mais caros da loja, de prata, por cerca de R$ 500.
Depois de lá, seguimos para Urubamba onde paramos num restaurante para o almoço, incluído no pacote que compramos.
Posso falar? Uma bela porcaria. Essa foi pegadinha pois ao comprar o pacote na agência, nos mostraram fotos do restaurante e era beeeeeem diferente da realidade. Primeiro: um monte de ônibus de turismo param lá, logo o lugar fica LOTADO. A fila para pegar comida é enorme e mesmo sendo self service à vontade, não dá vontade de comer muita coisa pela aparência da comida. Eu achei. Me servi de um ceviche (esse tava bom) mas o restante era muito feio. Tivemos que comer lá mesmo, não tinha muita escolha. Ah, as bebidas são a parte. Fomos pela comodidade de ter o almoço incluído e não sei como seria se ele não estivesse no pacote. Acredito ter outros restaurantes perto, mas não sei como funcionaria com o esquema do grupo…
O refrigerante e a cerveja local! Tem que provar a Inka Cola, mas não precisa gostar rsrs, eu não gostei!
Enfim, depois do almoco, rumamos para Ollantaytambo, nossa última parada e onde ficaríamos. O tour iria continuar para Chinchero, mas resolvemos fazer esse passeio outro dia.
Achei Ollanta o ponto alto do Valle Sagrado. Lá subimos 233 degraus para conhecer uma das maiores obras incas, que parece uma fortaleza. É MARAVILHOSO, a única cidade da era Inca ainda habitada. É muito enigmatico! É difícil acreditar como os Incas fizeram aquilo tudo, como tinham tanto conhecimento de engenharia, astronomia, matemática, fisica, é muito mas muito impressionante!
Como contei na Parte 1 da viagem, os incas encaixavam as pedras uma nas outras para fazer suas construções. Não colavam as pedras! Reparem em um dos blocos de pedra que usavam para construir… parecido com um Lego! Agora me conta… como raios faziam milhares de pedras encaixarem? Como ficava tão perfeito? COMO CORTAVAM AS PEDRAS? COMO CARREGAVAM ESSAS PEDRAS PRO ALTO DA MONTANHA? Mistéeeeerio…
Logo que acabou esse passeio, o grupo nos deixou na pracinha de Ollanta (outras pessoas também ficaram por lá), faltando cerca de 2 horas para o nosso trem para Águas Calientes.
Aproveitamos para ver algum artesanato, tomar chá de coca, pisco sour e comer uma pizza.
Pracinha de Ollantaytambo
Por volta de 18:20 fomos para a estação que fica a uns 10 minutos a pé da pracinha. Já ficamos de olho para saber como fazer na volta, vimos algumas vans e taxis que faziam o caminho de Ollanta para Cusco.
Abriram o portao da estação e gelei quando vi que só era permitida uma malinha de 5kg por pessoa e a minha claro que era maior, mas foi tranquilo, não falaram nada. Entramos tranquilamente no trem, que achei bem bonitinho e rumamos para Águas Calientes, um trajeto de aproximadamente uma hora e meia.
CHEGANDO EM ÁGUAS… quase caí pra trás quando vi um rapazinho com uma plaquinha com meu nome. Fiquei encasquetada, afinal eu não tinha avisado ao hotel (ficamos no Waman, MUITO BOM e baratinho) que eu iria naquele trem, naquele horário e naquele vagão e o mocinho lá na porta esperando eu descer! Desci, me apresentei e perguntei como ele sabia que eu estaria chegando naquele horário e naquele vagão. Ele falou ¨coincidência¨…. SEI… Achei fofo, ele pegou minha mala e saiu rumo ao hotel, mas sei que eles devem dar uma jeito de acessar a lista de passageiros e ver se tem hóspedes do hotel. Enfim, legal ou ilegal, me senti VIP rs. Ah, e ao descer do trem olhei pro céu e vi a coisa mais aterrorizante da minha vida. Parecia uma onda gigante, uma massa preta logo acima da minha cabeça que parecia que ia me engolir a qualquer minuto! Olhei pra frente e outra massa preta! Fiquei muito assustada, me agarrei no Rafa e perguntei o que era aquilo. Era a montanha que leva a Machu Picchu. Nesse momento, começou uma das viagens mais impressionantes da minha vida. O trem chega literalmente ao pé da montanha. Não sei explicar.
Águas Calientes
O restaurante mais famoso de Águas e que eu estava LOUCA para conhecer pois vi muitos comentários falando do quão pitoresco ele é mas… FECHADO EM FEVEREIRO PARA REFORMA. Aff… acabamos jantando em outro restaurante mesmo. Ah, e essa bandeira colorida não é o que vocês estão pensando. Como os Incas adoravam o arco íris, essa é a bandeira oficial de Cusco! E eu jurando boa parte da viagem que eles adoravam gays rs.
Pracinha de Águas Calientes. Ficamos no hotel
- Fomos dormir, cansados e prontos para a maior experiência da vida: conhecer Machu Picchu. No próximo post!